segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pesquisa científica com educação ambiental para a preservação do Muriqui

Estudo realizado em 2003 pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Hídricos) revela que o Muriqui aparece na chamada “Lista Vermelha” como uma das 25 espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no mundo.


O biólogo Maurício Talebi, doutor em Biologia Comportamental e Conservação de Espécies Ameaçadas pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, é apontado como um dos principais estudiosos dos primatas brasileiros. O especialista coordena a Associação Pró Muriqui, voltada à preservação da espécie desde a década de 80, e afirma que a devastação do habitat diminui o contato da população com o animal. “Para visitar os Muriquis no seu estado natural não é tão fácil.. São muito poucos na natureza”.


Dentro da fauna brasileira, alguns animais são popularmente classificados como espécies-bandeiras, com base no aspecto carismático. A denominação faz com que se torne mais fácil a sensibilização em torno da preservação das espécies e dos biomas. Na avaliação da bióloga e educadora ambiental Andrée de Ridder Vieira, Coordenadora Geral do Supereco, a campanha “Salve com abraço” serve como uma forma de “guarda-chuva” na abordagem de diversos temas ambientais associados.

“Não criamos uma campanha voltada a apenas um único animal, mas sim a toda uma cultura pela conservação. Abordamos questões intra e inter espécies, serviços ambientais”, enfatiza, acreditando no alinhamento entre pesquisa e ensino de forma criativa. “Queremos construir uma interface entre conservação e educação, criando, inclusive, sistemas de monitoramento e indicadores comuns”.

Além da preservação do animal, Andrée acredita que o programa possa melhorar o conhecimento dos estudantes sobre as questões ambientais pela sensibilização e mobilização. Para ela, o ensino se equivoca ao priorizar o caráter meramente informativo em vez do formativo na abordagem do temas.

“(...) É muito significativa a realidade atual de que a maioria das escolas brasileiras, e mesmo os educadores que não estão nas escolas, mas sim no campo e nas comunidades, trabalhem cada vez mais o tema biodiversidade, levando o conhecimento da nossa fauna e da nossa flora. Só a gente conhecendo de verdade, aprendemos a amar.E quando amamos, cuidamos de verdade”

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