quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cidades começam a medir sua pegada ecológica

Assim como os animais deixam pegadas gravadas na terra, nós seres humanos podemos calcular o quanto impactamos os recursos naturais por meio de nossa pegada ecológica. 

Esse conceito, trabalhado fortemente pelo WWF Brasil, trata de um balanço entre os recursos ecológicos disponíveis e a escala de consumo desses recursos, permitindo a cada ser humano obter uma média geral de seu impacto sobre o planeta. Com isso, ficamos sabendo que um Europeu consome em média "três planetas", um norte-americano "cinco planetas", e um brasileiro "um planeta e meio", todos acima da capacidade de suporte da natureza.

Agora, de forma inédita, o WWF Brasil, lança a pegada ecológica das cidades, com a experiência inicial da pegada de Campo Grande (MS), em pleno Pantanal. No cálculo, estão incluídas áreas de consumo que vão de alimentos, vestuário, moradia até transporte e lazer. Isso tornou-se possível saber, por exemplo, que somente para o consumo de carne, a média de Campo Grande é 13% maior que a nacional.

"Além desses cálculos, o conceito inclui a mobilização da sociedade para mudança de hábitos que reduzam seu impacto, bem como a mitigação dos efeitos de nosso modo de vida", expressa Terezinha Martins, analista do WWF Brasil para o Programa Pantanal.

Ela revela também o quanto hábitos culturais de cada região interferem no resultado final da pegada. "No Mato Grosso do Sul, a ida a restaurantes e o consumo de carne fazem parte dos hábitos de lazer das pessoas, e isso se relacionou diretamente com a notícia de que 75% da pegada de Campo Grande ocorre na agricultura, pastagens e derrubada de floresta", explica.
Como cada região possui características socioambientais próprias, a intenção é estender o trabalho para outras localidades do país, a exemplo de São Paulo (SP), Rio Branco (AC) ou Maringá (PR).

terça-feira, 5 de abril de 2011

As dez florestas mais ameaçadas do planeta

Fonte: Conservação Internacional
Para marcar o início do Ano Internacional das Florestas, a Conservação Internacional (CI) lança hoje a lista dos dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo. Os chamados ”hotspots de biodiversidade” são áreas de extrema riqueza biológica, com elevado índice de espécies únicas de animais e plantas, e que se encontram altamente degradados e sob risco de extinção.
No caso dos dez hotspots florestais mais críticos, todos já perderam 90% ou mais de sua cobertura original e cada um abriga pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas, ou seja, que só existem ali. Eles incluem florestas no sudeste asiático, na Nova Zelândia, nas montanhas do sudoeste da China, na região costeira da África Oriental e na ilha de Madagascar. O Brasil aparece na lista com a Mata Atlântica, da qual restam apenas 8% da cobertura original, e que abriga cerca de 20 mil espécies de plantas, 40% das quais endêmicas. (Veja no quadro abaixo a localização e detalhes de cada uma das florestas).
“O Ano Internacional de Florestas deve chamar a atenção do mundo para a necessidade do aumento de proteção das florestas, pela sua vital importância para a conservação da biodiversidade, a estabilização do clima e o desenvolvimento econômico”, afirma Olivier Langrand, diretor de política internacional da CI.
As florestas cobrem apenas 30% da área de nosso planeta e ainda assim abrigam 80% da biodiversidade terrestre do mundo. Elas também garantem o sustento de 1,6 bilhão de pessoas, que dependem diretamente de florestas saudáveis para sobreviver. As interações entre as espécies e os ecossistemas fornecem muitas das necessidades mais básicas para a sobrevivência humana na Terra, tal como ar puro, solos saudáveis, remédios, polinização de safras agrícolas e água doce.
A função das florestas na estabilização do clima também deve ser reconhecida, visto que emissões resultantes da destruição de florestas representam aproximadamente 15% das emissões totais de gases do efeito estufa. Os dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo armazenam mais de 25 gigatons de carbono, auxiliando na mitigação dos efeitos da mudança climática.
“As florestas estão sendo destruídas a uma taxa alarmante para dar lugar a pastagens, plantações, mineração e expansão de áreas urbanas. Com isso, estamos destruindo nossa própria capacidade de sobreviver,” aponta Langrand. “As florestas não podem ser vistas apenas como um grupo de árvores, mas como fornecedores de benefícios vitais. Elas são importante fator econômico no desenvolvimento de diversas cidades, fornecendo madeira, alimento, abrigo e recreação, e possuem um potencial ainda maior que precisa ser percebido em termos de provisão de água, prevenção de erosão e remoção de carbono”.
Em adição a sua relevância para a biodiversidade e a estabilização do clima, as florestas são os mais importantes reservatórios de água doce do planeta. Cerca de três quartos da água doce acessível do mundo vêm de vertentes florestais e dois terços de todas as maiores cidades em países em desenvolvimento dependem das florestas em suas cercanias para seu suprimento de água limpa.
 “Visto que a população global está projetada para atingir o total de até 9 bilhões de pessoas nos próximos 30 anos, o acesso à água ficará mais difícil se milhões de hectares de florestas tropicais continuarem a ser queimados todos os anos”, explica Tracy Farrell, diretora do Programa de Conservação de Água Doce da Conservação Internacional. “Excetuando-se as instalações de dessalinização, que são economicamente muito caras, ainda não encontramos outra forma de manter nosso suprimento de água doce a não ser protegendo as florestas remanescentes ao redor do mundo”.
“Durante este Ano Internacional das Florestas, encorajamos fortemente os países a realizar uma nova abordagem na proteção e preservação de suas florestas, que são ativos importantes globalmente,” adiciona Langrand. “Florestas saudáveis são uma parte importante do capital natural e nos oferecem os melhores meios econômicos para enfrentar os diversos desafios ambientais da mudança climática e a crescente demanda por produtos florestais”.