quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Educação Ambiental é uma das metas do Plano de Ação Nacional para a conservação dos muriquis


No final de novembro, alguns representantes de organizações brasileiras de pesquisa e educação ambiental, entre elas o Instituto Supereco e a Associação Pró-Muriqui, estiveram presentes no encontro promovido pela  Universidade Federal do Espírito Santo, UFES e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), com o objetivo de desenvolver estratégias  de Educação Ambiental para futuros projetos para a conservação dos Muriquis.

Durante o encontro, realizado na UFES, a educadora ambiental do Instituto Supereco, Eliane Santos, demonstrou por meio de sua palestra, a importância do Planejamento e Monitoramento para um programa de educação ambiental. “O monitoramento periódico e a avaliação dos resultados são de suma importância. Em cada projeto desenvolvido pela Supereco, elaboramos indicadores de avaliação. Assim, podemos monitorar os resultados alcançados ao longo do processo e fazer os ajustes necessários para alcançar os objetivos”, afirma.

O tema foi priorizado pelas organizações e pesquisadores da espécie, pois é uma das metas do Plano de Ação  Nacional, PAN, para a conservação dos muriquis, do ICMbio, elaborado com o objetivo de aumentar o conhecimento e a proteção das populações da espécie para reduzir  sua categoria de ameaça de extinção até 2020.

Ficou decidido que o planejamento estratégico de educação ambiental será construído de maneira conjunta pelas organizações, em 2011, por meio do mapeamento que será realizado por cada Instituição. 

O Plano de ação nacional para a conservação dos Muriquis foi oficialmente aprovado por meio da Portaria nº 87, de 27 de agosto de 2010, do Instituto Chico Mendes. As ações do Plano deverão ser concluídas em agosto de 2015.

Os planos de ação são ferramentas de gestão para conservação da biodiversidade, tendo como objetivo pactuar com diferentes atores institucionais estratégias para recuperação e conservação das espécies ameaçadas de extinção. A Portaria conjunta nº 316, de 9 de setembro de 2009, estabeleceu o marco legal para implementação de estratégias, indicando que os planos de ação, juntamente com as listas nacionais de espécies ameaçadas e os livros vermelhos se constituem num dos instrumentos de implementação da Política Nacional da Biodiversidade (Decreto 4.339/02).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Metas da biodiversidade para o futuro

Após a COP10, cientistas de diversos países se reúnem novamente, dessa vez em evento do Biota-FAPESP em Bragança Paulista (SP), para discutir como monitorar as novas metas para a conservação da biodiversidade.
 
O Programa Biota-FAPESP, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) decidiram marcar o encerramento do Ano Internacional da Biodiversidade e o início do Ano Internacional das Florestas com um evento.

A conferência internacional Getting Post 2010 – Biodiversity Targets Right será realizada de 11 a 15 de dezembro no hotel Villa Santo Agostinho, em Bragança Paulista (SP). O objetivo é contribuir para estabelecer não só novas e significativas metas para a conservação da biodiversidade utilizando embasamento científico, como também mecanismos para monitorar a efetiva implementação dessas metas.

O evento reunirá parte dos principais personagens que estiveram na 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP10) em Nagoya, no Japão, que terminou no dia 29 de novembro.

“Esses pesquisadores estarão reunidos novamente menos de um mês após a COP10, onde os países signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica firmaram um ousado acordo para conservação da biodiversidade e a repartição justa e equitativa dos benefícios oriundos de seu uso sustentável”, disse Carlos Alfredo Joly, coordenador do Biota-FAPESP.

A abertura do encontro em Bragança Paulista será feita por Ahmed Djoglaf, secretário geral da Convenção sobre a Diversidade Biológica, que coordenou os trabalhos da reunião de Nagoya.

Na manhã seguinte, Maximiliano da Cunha Henriques Arienzo, subchefe da Divisão de Meio Ambiente do Itamaraty e chefe da delegação e principal negociador brasileiro em Nagoya, fará um relato da COP10 e também do andamento da criação do Intergovernmental Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES).

Na sequência serão discutidas questões relativas à interoperabilidade entre sistemas de informações sobre biodiversidade, o uso de novas técnicas para o estudo da biodiversidade de microrganismos, ferramentas de modelagem associadas a indicadores e parâmetros e métricas para monitorar a conservação ou perda de biodiversidade.

“No último dia, a conferência se voltará para a Mata Atlântica, a mais antiga e mais ameaçada de nossas florestas”, disse Joly, professor titular do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e organizador do evento em Bragança Paulista.

O evento terá quatro temas principais, que serão apresentados e debatidos em simpósios: “National and International Interoperability among Biodiversity Information Systems”, “Metagenomics as a tool to assess micro-biodiversity”, “Post 2010 Biodiversity Targets: ecosystem and evosystem services” e “Impacts of Local & Global Changes on the Atlantic Rain Forest”.

Entre os palestrantes de outros países convidados estão Eduardo Morales Guillaumin (Conabio, México), Monica Vera (Fundação Humboldt, Colômbia), Francisco Antonio Squeo (Instituto de Ecologia e Biodiversidade, Chile), Alfred Püehler (Universidade Bielefeld, Alemanha), Jack Anthony Gilbert (Plymouth Marine, Reino Unido), Timothy Vogel (Universidade de Lyon, França), Rodolfo Dirzo (Stanford University, Estados Unidos) e Harold Mooney, presidente da Diversitas.

Antonio Mauro Saraiva (Universidade de São Paulo, USP), Marcelo Tabarelli (Universidade Federal de Pernambuco), Carlos Grelle (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Célio Haddad (Universidade Estadual Paulista), Eduardo Eizirik (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Geraldo Afonso Fernandes e Adriano Paglia (Universidade Federal de Minas Gerais), Philip Fearnside (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Thomas Lewinsohn (Unicamp) e Miguel Calmon (Instituto BioAtlântica) serão alguns dos conferencistas do Brasil.

“É um privilégio para o programa Biota-FAPESP, em parceria com a ABC e a SBPC, coordenar um evento dessa magnitude. Uma conferência que, no cenário internacional, marca o final do Ano Internacional da Biodiversidade e o início do Ano Internacional das Florestas”, disse Joly.

Para inscrições feitas até o dia 3 de dezembro os valores são: R$ 250 (profissionais, docentes, pesquisadores e pós-docs) e R$ 150 (estudantes).
Inscrições e mais informações sobre a conferência: www.biota2010-targets.com.br
 
Cientificamente significativos
Os organizadores da conferência Getting Post 2010 – Biodiversity Targets Right ressaltam que as metas para a biodiversidade em 2010 no mundo, bem como as metas brasileiras para a biodiversidade no ano, não foram alcançadas, conforme ficou evidente durante a COP10.

Parte do fracasso, segundo eles, se deveu ao fato de não se poder demonstrar cientificamente uma redução significativa nas taxas de perda de biodiversidade com o conhecimento disponível atualmente. Outro problema é o lapso de tempo entre as ações para ampliar a conservação da biodiversidade e o efetivo impacto dessas medidas, que pode ser de décadas, ou mesmo de séculos.

Também é bem conhecido, apontam os organizadores, que a maior parte dos principais motores da perda de biodiversidade – como mudanças no uso da terra, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras – tem crescido desde 2001, quando as metas foram estabelecidas.

“Entretanto, como apontou o professor Thomas Lovejoy no evento organizado pelo Biota-FAPESP no Palácio dos Bandeirantes no Dia Internacional da Biodiversidade, as metas tiveram um efeito extremamente positivo. Elas levaram a conservação da biodiversidade para o topo da agenda mundial, desencadearam a Avaliação Ecossistêmica do Milênio e fizeram com que a Convenção sobre Diversidade Biológica promovesse e intensificasse iniciativas como o Programa Áreas Protegidas e a Estratégia Global para a Conservação de Plantas”, disse Joly.

Por conta disso, segundo os organizadores da conferência, é de importância fundamental, e urgente, que se estabeleçam metas novas, mensuráveis e cientificamente significativas, com medidas objetivas e específicas para comprometer governos em nível nacional, regional e global com uma proposta radical em relação a abordagens anteriores.

“É imperativo garantir não apenas a preservação de serviços ecossistêmicos que beneficiam o homem, mas também os processos que geram e mantêm a biodiversidade, que possuem valores intrínsecos não mensuráveis monetariamente”, destacou Joly.

“Nesse cenário a conferência em Bragança Paulista se tornou uma oportunidade única de interação com os principais atores internacionais que atuam nessa grande área que a temática caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade abrange”, disse.

Mais informações: www.biota2010-targets.com.br

FONTE: Agência Fapesp

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Brasil tem 290 milhões de hectares de florestas cadastradas



O Brasil tem hoje 290 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas pelo Serviço Florestal Brasileiro. A atualização de 2010 do Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) mostra que houve um aumento de 21% em relação aos números do ano passado. Os números não significam criação de novas florestas públicas e sim que o Brasil começa a conhecer pelo cadastramento quais são e onde estão suas florestas.

A maior parte dessas florestas se concentra na Amazônia. Porém, 226 milhões de hectares são áreas que já foram destinadas a algum uso. As terras indígenas somam 111 milhões de hectares, seguidas pelas unidades de conservação (UCs), com 105 milhões de hectares, sendo 60% federais e 40% estaduais. Os assentamentos públicos de reforma agrária ocupam em torno de 10 milhões de hectares.

Embora a porcentagem de florestas públicas seja alta – em torno de 80% das áreas já cadastradas - ainda restam 64 milhões de hectares sem uso regulamentado. Conforme os levantamentos feitos pelo Serviço Florestal, pelo menos 10 milhões de hectares de floresta que estão sem destinação poderiam dar origem a novas florestas nacionais passíveis de concessão florestal, instrumento que permite o uso sustentável da floresta ao mesmo tempo em que a mantém em pé.

“É preciso dar prioridade para o aproveitamento dessas áreas por meio de florestas nacionais. Precisamos ter metas e cenários claros para atingir a sustentabilidade da produção madeireira na Amazônia por meio das concessões florestais, e essas metas devem ser consolidadas em 2011”, afirma o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel. Segundo ele, a resposta às mudanças climáticas passa pelo manejo florestal, associado ao fortalecimento da economia florestal sustentável. As matas precisam ser vistas como oportunidades de desenvolvimento, sem perda da ampla gama de serviços ambientais agregados.

Em 2009, na Conferência das Nações Unidas sobre Clima (COP-15), o Brasil apresentou metas ousadas para o corte na emissão de gases do efeito estufa – entre 36% e 39% –, além da redução de 80% no desmatamento da Amazônia até 2020. Com o início da COP-16 nesta segunda-feira (29) aumenta a importância da discussão que envolve florestas e mudanças climáticas.

“As florestas públicas representam enormes estoques de carbono armazenados em sua biomassa, que se não conservados através de unidades de conservação e terras indígenas estariam sendo emitidos para a atmosfera através da conversão em outros tipos de uso da terra”, afirma a diretora de Pesquisa e Informação Florestal do Serviço Florestal, Cláudia Azevedo Ramos, responsável pela gestão do CNFP.

Em regiões como a Amazônia, a maior extensão de floresta tropical do planeta e onde se concentram as maiores áreas de floresta pública, as matas têm papel relevante na imensa produção de vapor d’água e, portanto, no ciclo hidrológico da Terra. Só esses fatos já tornam o Brasil um importante ator para o equilíbrio climático e para a mitigação do aquecimento global.

Para Hummel, a proteção e o uso sustentável das florestas públicas são medidas importantíssimas para reduzir o desmatamento, evitar a produção ilegal de madeira e evitar emissões de carbono. “Mas é preciso, ainda, nos apropriarmos das florestas públicas não destinadas, dando-lhes uso definido e segurança para permanecerem floresta e tê-las como aliadas na mitigação das mudanças climáticas”, finaliza Hum

FONTE: CICLO VIVO